Por
Redação Afya
8.8.2023
•
5 min de leitura
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A Afya, maior hub de educação e soluções digitais médicas do Brasil, realizou, em parceria com o Instituto REDS (Research Designed for Strategy), estudo inédito com o objetivo de medir o impacto dos cursos de medicina do Programa Mais Médicos 1, de 2013 -que começaram a operar a partir do segundo semestre de 2017. O levantamento ouviu 163 alunos, sendo que os primeiros começam a se formar médicos em julho deste ano.
A amostragem utilizada na pesquisa foi de quatro Instituições de Ensino Superior da Afya egressas da 1ª edição do Mais Médicos: o Centro Universitário UNIDEP, em Pato Branco, Paraná; a FITS, faculdade de Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco; a FASA Itabuna e a FIPGuanambi, ambas na Bahia. As quatro IES somadas vão formar entre julho deste ano e o primeiro semestre de 2024 a primeira geração de médicos do Programa Mais Médicos, totalizando 292 alunos.
Entre os principais dados da pesquisa, os alunos do internato destacaram os impactos socioeconômicos positivos nas regiões onde estudam:
- 80% perceberam a expansão na oferta de ambulatórios nas cidades;
- 68% veem melhorias na infraestrutura básica da rede de saúde local, como hospitais, postos de saúde, UBS e UPAs;
- e 56% perceberam maior fluxo de médicos nos postos.
Para além da área da saúde, os alunos também notaram avanços nas regiões:
- 59% constataram desenvolvimento de comércios e maior fluxo de pessoas;
- 50% desenvolvimento imobiliário;
- e para 45%, houve melhora na oferta de educação superior.
A pesquisa apontou ainda que 64% dos estudantes têm intenção em permanecer na região onde fizeram a graduação em Medicina, seja de forma permanente ou temporária. Entre os que têm intenção de ficar, os motivos principais são:
- 67% pela oportunidade de trabalho;
- 61% pela proximidade da família;
- 59% porque a cidade oferece qualidade de vida.
Já entre os que não pretendem se fixar, 53% apontaram que pretendem se especializar e o curso não é disponibilizado na região. Para 41%, ter opções de residência médica ou especialização de seu interesse o fariam ficar na região.
Dos entrevistados, 52% mudaram para a cidade por conta da faculdade, sendo que 21% apenas estudam na cidade, mas moram em outro município próximo; e 26% são naturais do município onde estudam. Além disso, a pesquisa mostrou que 76% dos alunos têm o setor público como grande foco de carreira; 66% pretendem iniciar um trabalho, mesmo que seja concomitante com a realização de uma especialização; e 99% querem fazer especialização após se formarem - as áreas mais procuradas são cirurgia geral, obstetrícia e clínica médica.
“Com essa pesquisa conseguimos trazer um retrato socioeconômico do Programa Mais Médicos e mostrar sua importância como política pública para o Brasil, na medida que o fator determinante é a oferta de cursos nas regiões onde há carência, como cidades de médio porte, afastada dos grandes centros. Constatamos impactos de curto prazo, com avanços nas atividades produtivas da região; de médio prazo, com aumento em marcadores sociais importantes das redes de saúde da região; e de longo prazo, como a fixação de parte dos médicos nas regiões dos cursos. A interiorização dos cursos de medicina é fundamental para levarmos médicos e mais acesso à saúde para aqueles que mais precisam”, afirma Virgilio Gibbon, CEO da Afya.
A pesquisa Afya & Instituto REDS (Research Designed for Strategy) contou com etapas quantitativa e qualitativa. A parte quantitativa foi realizada entre os dias 23 e 30 de junho, com 163 alunos das quatro faculdades por meio de entrevistas online de autopreenchimento e via CATI. A Afya disponibilizou a listagem dos alunos de cada instituição. As entrevistas (links) foram enviadas para o WhatsApp dos alunos e também foram feitos contatos via telefone.
O Programa Mais Médicos foi criado em 2012 e já contou com dois editais: um em 2013 e outro em 2018. Como política pública, seu objetivo é criar regras claras para a abertura de cursos de Medicina no país, seguindo três grandes diretrizes:
- Diminuir a carência de médicos nas regiões prioritárias para o SUS, a fim de reduzir as desigualdades regionais na área da saúde;
- Fortalecer a prestação de serviços de atenção básica em saúde no país;
- E ampliar a inserção do médico em formação nas unidades de atendimento do SUS e fortalecer a política de educação permanente coma integração ensino-serviço, por meio da atuação das instituições de educação superior na supervisão acadêmica das atividades desempenhadas pelos médicos.
Entre as diversas exigências que a Instituição de Ensino que aderem ao Programa Mais Médicos deve cumprir, há destaque para:
- Plano de Residência Médica: Abertura de Programas de Residência em Medicina da família e de, no mínimo, dois outros programas das áreas médicas prioritárias;
- Plano de Contrapartida: Deverá conter a previsão de investimento na rede SUS, até o 6º ano de curso, calculada no percentual de 10% do faturamento anual bruto do curso de medicina.
- Plano de Bolsas (compromisso social): As bolsas ofertadas pela IES devem representar o percentual do número de vagas anuais do curso de medicina até o limite de 10% (dez por cento).
A série “Medicina para TransFORMAR – uma Medicina, muitas histórias” conta a trajetória de alguns pacientes e alunos, estudantes bolsistas, familiares, professores médicos, participantes do Mais Médicos que acompanharam todo o impacto do programa nos municípios. Veja os relatos completos aqui.