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Em entrevista, Stella Brant comenta sobre a sua participação no evento "SDGs in Brazil" e o lançamento do Projeto de Causa da Afya, em Nova Iorque

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"A saúde mental de médicos e estudantes é uma questão social, econômica e, não por acaso, parte da Agenda 2030 da ONU. Está lá no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 3, item 3.4: os compromissos de reduzir em um terço a mortalidade prematura por doenças não transmissíveis através da prevenção e tratamento, e promover a saúde mental e o bem-estar"

A frase em destaque foi dita por Stella Brant*, vice-presidente de Marketing e Sustentabilidade da Afya, na estreia da empresa no “SDGs in Brazil”, maior evento de sustentabilidade do mercado corporativo brasileiro. Brant participou da sala temática de Direitos Humanos, mais especificamente do painel sobre o tema "Tecnologia e inovação: perspectivas do futuro do trabalho e saúde mental". O encontro, realizado pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro, na sede da entidade, em Nova Iorque, reuniu cerca de mil pessoas para assistir a convidados renomados, como John Elkington, Amy Webb e Peter Senge.

Durante sua participação, Stella lançou o Projeto de Causa da Afya, que visa contribuir para a promoção da saúde mental de médicos e estudantes de medicina, abordando sua conexão com o novo posicionamento de marca da companhia. Em entrevista exclusiva, a VP conta detalhes dessa participação. Veja a seguir.

1. Qual é a importância para a Afya de marcar presença em um evento desse porte? 

Stella Brant: Participar de um evento com tantos convidados de renome e profissionais das maiores empresas do Brasil, podendo apresentar um projeto estratégico para nós, traz muita visibilidade para a Afya. Nossas iniciativas e nosso posicionamento podem ter um efeito potencial muito forte e inspirar outras companhias a buscar um crescimento sustentável e com propósito. Esse é mais um passo rumo a um objetivo que hoje é muito claro para nós: tornar a Afya referência em sustentabilidade no setor de educação médica.

Como uma das empresas parceiras do evento, nossa marca foi exposta em diferentes espaços e materiais do evento como crachá, backdrop, programação oficial e outros, contribuindo para a geração de mídia espontânea na imprensa e redes sociais, além da visibilidade da marca a nível internacional. 

2. Entre os temas discutidos, quais chamaram a sua atenção? Que lições a Afya pode tirar dessa edição?

Stella Brant: Algumas frases me marcaram bastante durante o evento, como “history follow the path of desires” (a história segue o caminho dos desejos), dita por Peter Senge, PhD e professor sênior na Sloan School of Management do Massachusetts Institute of Technology e presidente-fundador da Society for Organizational Learning. Na minha visão, esta fala ressalta a importância de colocarmos intencionalidade no queremos de fato mudar, e, assim, planejar e implementar ações concretas e consistentes, a fim de ter mais chance de alcançar os objetivos que desejamos atingir. Também me chamou atenção quando a futurista Amy Webb disse que devemos assumir riscos estratégicos e que para mudar o status quo devemos reformular o pensamento. Estes foram dias históricos, um show do qual “fui embora com a alma dançando”, parafraseando a Célia Xakriabá, ativista e primeira deputada federal indígena, que também esteve presente no evento, no painel sobre ancestralidade e a música dos indígenas como tecnologia, juntamente com o DJ Alok.

3. A sua participação no evento foi sobre o Projeto de Causa de promoção da saúde mental de médicos e estudantes de medicina. Como nasceu esse projeto? Por que o tema é uma causa para a Afya?

Stella Brant: O tema ganhou repercussão durante a pandemia, por conta das jornadas de trabalho exaustivas dos profissionais de saúde nos períodos de pico da Covid-19. Na ocasião, ficou latente a questão: quem cuida de quem cuida? Mas o fato é que a saúde mental de médicos e estudantes de medicina é um tema que transcende a pandemia. Estudantes e profissionais da saúde passam por anos de estudo, horas de plantões, inúmeros atendimentos, prontuários detalhados, nascimentos e mortes. São pessoas que enfrentam, ao longo da formação e da carreira, um misto de pressão e realização, de expectativas e frustrações, de abdicação da vida pessoal, com impacto direto em sua saúde mental.

A Afya conhece de perto essa realidade e há anos acompanha a evolução e as necessidades da educação e prática da medicina. Por isso, precisamos apoiar médicos e estudantes de medicina em todos os aspectos para que estes vivam o melhor da Medicina. Esta causa, portanto, é estratégica para nós, diretamente conectada ao nosso posicionamento de marca, ao nosso propósito e à nossa visão de futuro.

4.Quais são os próximos passos do projeto e quais desdobramentos são esperados?

Stella Brant: Destaco o primeiro KPI, que é um Índice de Saúde Mental de médicos e estudantes de Medicina.  Estamos conversando com referências na pesquisa e na ciência do país, e em breve vamos anunciar nosso parceiro nesse projeto. O objetivo é partir da nossa base, que são 20 mil alunos de Medicina, cerca de 5 mil alunos de pós-graduação, dois mil médicos colaboradores, além de milhares de usuários de soluções digitais da Afya. Com isso, chegamos a uma prox do retrato do estudante e do médico brasileiro. Embora tenhamos outros KPIs, muito em linha com o Movimento Mente em Foco, do Pacto Global, a nós parece claro que a criação do Índice é ponto de partida para todas as demais ações do projeto.

5. Qual valor a Afya quer gerar para a sociedade em geral e demais stakeholders envolvidos a partir dessa causa?

Stella Brant: No que diz respeito ao indivíduo, queremos proporcionar orientação e recursos para o fortalecimento emocional, de habilidades cognitivas, conhecimento, capacidades e atitudes. Quando olhamos para a comunidade, nosso intuito com esse projeto é fortalecer uma conexão ao proporcionar vínculos e relações em diferentes níveis – família, entre pares e dentro de comunidades -, gerando identificação, empatia, acolhimento e cuidado com quem cuida da saúde no Brasil. Por fim, um importante valor que pretendemos gerar é o de articular ao colocar a causa na pauta da sociedade para fomentar a construção de evidências e ampliar o acesso a informação de qualidade, articulando e fortalecendo quem já está atuando junto ao tema.

6. Como o projeto de saúde mental se conecta com o novo posicionamento do grupo, o “Viva o melhor da Medicina”?

Stella Brant: O novo posicionamento traduz nossa capacidade, vocação e compromisso em resolver problemas reais de forma escalável, gerando resultados e impacto positivo na vida das pessoas. O nosso “why” (por quê, em inglês) nasce da perspectiva: “buscamos transformar a prática diária da medicina para torná-la mais potente e prazerosa.”

O “how” (como, em inglês) envolve o bem-estar e a saúde mental, e traz a tecnologia para a mesa. A Afya oferece soluções digitais que apoiam os profissionais em suas jornadas diárias. Está claro para nós que a tecnologia aplicada à rotina do médico é um grande facilitador na busca de um maior equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal e também para ajudá-lo em sua formação continuada e atualização constante.

Há, ainda, o “what” (o quê, em inglês): somos aliados do médico durante toda a sua formação e no exercício da profissão, atuando para que ele alcance seus objetivos e entregue o melhor cuidado aos pacientes. Foi com base nessa tríade que chegamos ao nosso posicionamento, o “Viva o melhor da Medicina”. Queremos que os médicos e estudantes de medicina tenham tempo livre e equilíbrio suficientes para viver o que de melhor a medicina tem a oferecer e isso passa, sem sombra de dúvida, pela saúde mental.

7. Ainda em Nova Iorque, você deu uma entrevista para a Nasdaq, bolsa de valores em que a Afya está listada nos Estados Unidos. Quais foram os principais pontos abordados?

Stella Brant: Falei sobre a incrível evolução da Afya desde a abertura de capital, em 2019 – afinal, crescemos muito em um curto período de tempo, multiplicando nossa receita quatro vezes em apenas quatro anos. Outro tema central foi a nova estratégia de marca e como colocamos o médico no centro do nosso negócio. E, claro, abordei o que projetamos para o longo-prazo. Assista abaixo a entrevista completa.

Stella Brant é Vice-presidente de Marketing e Sustentabilidade na Afya desde junho de 2022. A executiva é graduada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e possui pós-graduação em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas. Também possui MBA em administração pela Business School de São Paulo e especialização pela Universidade de Stanford. Ao longo de 25 anos de carreira, acumula experiência internacional desde planejamento estratégico e gestão de marca até vendas. Iniciou a carreira na L’acqua di Fiori. Trabalhou por cerca de 20 anos na Ab-Inbev, onde foi diretora de Marketing no Brasil e líder global do segmento de cervejas. Também passou pela 99, liderando o marketing do grupo entre 2017 e 2020, e nos últimos anos foi Chief Marketing Officer (CMO) da LivUp.